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Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano

“O Brasil está cada vez mais sendo visto como o vencedor relativo em meio à escalada da guerra comercial”. É o que escrevem os analistas do BTG em relatório desta quinta-feira (17), que traz a visão dos gestores e investidores sobre os ativos domésticos. 

De acordo com a pesquisa realizada pelo banco, de um mês para cá, houve uma evolução positiva no sentimento dos gestores em relação às ações brasileiras, diante de um cenário “perde-perde” causado pela disputa entre as duas maiores potências econômicas globais. 

Agora, 46% dos consultados têm esperanças em relação ao Brasil, ante 31% no último mês. 

Em outras frentes, eles estão cada vez mais focados nas tendências políticas para 2026, que agora dominam as preocupações macroeconômicas do país — representando 64% das atenções, contra 47% no mês passado. 

Em contrapartida, as questões fiscais perderam relevância de forma decisiva, embora ainda existam preocupações estruturais persistentes.

A alocação de investimentos continua excessivamente concentrada no setor de serviços básicos, mas houve uma mudança nas posições vendidas (short), com o setor de commodities metálicas subindo para o primeiro lugar entre as apostas na queda das ações, superando o setor de consumo/varejo. 

Essa mudança reflete os riscos ligados à guerra comercial e às preocupações com a demanda da China, que impactam os preços das commodities.

O que os gestores esperam do Ibovespa e do dólar?

Neste mês, o sentimento dos investidores apresentou uma melhora, com 46% otimistas e 6% muito otimistas com a bolsa brasileira, contra 31% e 9% no mês passado. 

Aliás, o Ibovespa continua sendo visto como barato, com 58% dos respondentes acreditando que o índice está subavaliado e 14% extremamente subavaliado.

A maioria espera que o índice alcance entre 130 mil e 140 mil pontos (45%, contra 39% em março), e 36% acreditam que poderá ultrapassar os 140 mil, frente aos 26% do mês passado. 

Hoje, o Ibovespa opera pouco abaixo dos 130 mil pontos. Assim, caso chegue aos 140 mil estimados, acumulará uma alta de mais de 7,5% até o fim do ano.

Esse cenário tem dado mais confiança aos gestores, com 51% dispostos a aumentar suas posições em ações brasileiras, frente aos 45% do mês passado e 34% no mês anterior. 

Em relação às aplicações e resgates, a estabilidade continua sendo a principal expectativa para a maioria dos fundos (65%, contra 54% no mês passado), embora os resgates ainda sejam uma preocupação, afetando 26% dos gestores. Trata-se de um nível mais moderado em relação ao mês anterior, quando 30% enfrentavam essa situação.

O ciclo político que se aproxima no Brasil, com foco nas eleições de 2026, é o tema dominante para os gestores, mencionado por 64%, contra 47% no mês passado.

As preocupações fiscais caíram para segundo plano, citadas por 20%, ante 42% anteriormente. 

No cenário global, as tarifas de Trump seguem sendo a principal preocupação, com 78% dos gestores destacando esse tema, seguido pelas expectativas para as taxas de juros nos EUA, com 17%, refletindo uma mudança de prioridade após o “Dia da Libertação” de Trump.

As expectativas para o câmbio indicam uma expectativa de estabilidade, com o dólar sendo projetado entre R$ 5,70 e R$ 5,90 até o final de 2025, segundo 37% dos investidores. 

As ações queridinhas no Brasil

O setor de serviços básicos continua sendo o preferido, embora com uma leve redução na preferência (39% das respostas, ante 57% no mês anterior). O setor financeiro, por sua vez, aumentou sua atratividade, com 23% das respostas, contra 17% anteriormente.

Em relação às posições short, o setor de commodities assumiu a liderança, com 28% dos votos, superando o varejo, que caiu para 22%, de 35%. 

Isso reflete as crescentes preocupações com o enfraquecimento do crescimento econômico global. 

As ações favoritas para posições de compra incluem Sabesp (SBSP3), Equatorial  (EQTL3) e Cyrela (CYRE3), enquanto as favoritas para posições vendidas (aposta na queda) são RaiaDrogasil (RADL3), Vale (VALE3) e Ambev (ABEV3).

Por fim, as teses fora do consenso e de maior risco preferidas incluem Vamos (VAMO3) — pela primeira vez — e Tenda (TEND3).

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Fonte: Seu Dinheiro

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