EUA já estão em recessão, diz CEO de uma das maiores gestoras de ativos do mundo
Os mercados financeiros mergulharam em perdas profundas desde que Donald Trump anunciou tarifas recíprocas contra parceiros comerciais — e a China resolveu retaliar. O temor é de que a guerra comercial alimente a inflação e jogue a maior economia do mundo em recessão.
Para Larry Fink, CEO da BlackRock, esse não é mais motivo de preocupação e sim uma realidade. A BlackRock detinha mais de US$ 11 trilhões em ativos no final de 2024, distribuídos entre investimentos públicos e privados.
“A maioria dos CEOs com quem converso diria que provavelmente estamos em recessão agora”, disse Fink em um evento para o Clube Econômico de Nova York.
Na semana passada, o JP Morgan elevou para 60% as chances de os EUA entrarem em recessão depois das tarifas anunciadas pelo governo norte-americano.
- VEJA MAIS: Caos nos mercados? ‘Ninguém gosta de incerteza, mas ela abre oportunidades’, diz analista que indica estas ações para investir; confira
Fink: juros não vão cair nos EUA
Fink também acredita que as políticas tarifárias de Trump podem pressionar a inflação para cima e dificultar que o Federal Reserve (Fed) corte os juros, como o banco central costuma fazer durante as recessões.
“Essa noção de que o Federal Reserve vai afrouxar quatro vezes este ano, não vejo chance disso. Estou muito mais preocupado sobre a possibilidade de termos uma aceleração da inflação que vai elevar os juros acima do patamar que estão hoje”, disse Fink.
Atualmente, os traders esperam que o banco central norte-americano reduza os juros em pelo menos 1 ponto percentual (pp) até o final do ano, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, o que pode significar quatro cortes de 0,25 pp em 2025.
Atualmente, a taxa de juros nos EUA está na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
ONDE INVESTIR EM ABRIL: Ações, pagadoras de dividendos, FIIs e BDRs para este mês
Trump ameaça mais taxas contras a China
O temor de recessão ganhou ainda mais força depois que Trump elevou o tom e ameaçou taxar a China em mais 50%. Atualmente, as tarifas são 34%.
“Portanto, se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os EUA vão impor tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, escreveu o presidente norte-americano na Truth Social.
Na última sexta (4), a China retaliou os EUA com tarifas de 34%, o que enfureceu Trump e azedou de vez o humor do mercado.
O republicano aproveitou as postagens de hoje para indicar que todas as negociações com a China foram encerradas.
“As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente. Obrigado por sua atenção a este assunto!”
- VEJA TAMBÉM: Esta ação brasileira está ganhando cada vez mais a confiança de analistas – e é um dos 10 melhores ativos para comprar agora; confira
Empresas descontentes com Trump
Bill Ackman — investidor norte-americano com uma fortuna de US$ 8,9 bilhões, segundo a Forbes — disse que os empresários estão insatisfeitos com as últimas medidas anunciadas por Trump.
“Negócios são um jogo de confiança. O presidente [Donald Trump] está perdendo a confiança dos líderes empresariais ao redor do globo”, disse.
O bilionário foi um dos apoiadores de Trump durante a corrida eleitoral norte-americana de 2024. Entretanto, a nova política tarifária anunciada na última semana causou um grande desconforto em Ackman e na classe empresarial norte-americana, segundo ele afirmou à CNBC.
“Não foi para isso que votamos”, disse o CEO e gestor do fundo de hedge de US$ 15 bilhões Pershing Square Capital Management.
*Com informações da CNBC
The post EUA já estão em recessão, diz CEO de uma das maiores gestoras de ativos do mundo appeared first on Seu Dinheiro.
Fonte: Seu Dinheiro