Batalha naval: navios da China entram na mira das tarifas americanas — mas, dessa vez, não foi Trump que idealizou o novo imposto
A batalha entre a China e os Estados Unidos chegou ao campo naval. Nesta quinta-feira (17), a administração de Donald Trump anunciou que vai começar a taxar os navios construídos no país asiático que desembarcarem em portos americanos, a partir de outubro.
Na verdade, a decisão veio após uma investigação do United States Trade Representative (USTR) que tinha sido iniciada ainda na gestão de Joe Biden.
As autoridades chegaram à conclusão que a China foi agressiva para estabelecer dominância no setor de construção naval, prejudicando gravemente as empresas, os trabalhadores e a economia dos EUA.
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“Navios e o transporte marítimo são vitais para a segurança econômica dos Estados Unidos e para o fluxo livre de comércio,” afirmou o embaixador da USTR, Jamieson Greer.
“As ações da administração Trump começarão a reverter a dominância chinesa, abordar as ameaças à cadeia de suprimentos dos EUA e enviar um sinal de demanda por navios fabricados nos Estados Unidos”, completou.
Em breve, os navios fabricados na China representarão 98% dos navios comerciais nos oceanos do mundo.
Como será a tarifação de navios chineses nos EUA
As taxas serão cobradas uma vez por viagem e cada navio pode ser cobrado até cinco vezes no ano.
A partir de 14 de outubro deste ano, cada navio chinês terá que pagar US$ 50 por tonelada líquida ao desembarcar em um porto americano. Esse valor vai aumentar progressivamente até chegar a US$ 140 em 2028.
- Os navios porta-contêineres podem variar de 50.000 a 220.000 toneladas.
Operadores não chineses de navios construídos na China pagarão com base na tonelagem líquida ou por contêiner, a partir de US$ 18 por tonelada líquida ou US$ 120 por contêiner. Essa taxa também aumentará progressivamente.
Isenções e exceções
Os proprietários de navios poderiam ser elegíveis para uma isenção das taxas se puderem apresentar comprovação de um pedido por um navio fabricado em solo americano.
Exportações a granel, como carvão ou grãos, estarão isentas, assim como navios vazios que chegarem aos portos. Além disso, não haverá taxação sobre viagens nos Grandes Lagos, no Caribe e entre territórios americanos.
O USTR afirmou ainda que cobrará taxas sobre navios transportadores de veículos fabricados no exterior com base em sua capacidade, a partir de US$ 150 por unidade equivalente a um carro, dentro do prazo de seis meses.
Em três anos, também serão impostas restrições ao transporte de gás natural liquefeito (GNL) por navios estrangeiros, que serão ampliadas gradativamente ao longo de 22 anos.
China reage: “EUA prejudicarão a si mesmos”
O Ministério das Relações Exteriores da China criticou o plano de Washington, afirmando que a medida é prejudicial para ambos os lados.
A China tomará as medidas necessárias para defender seus direitos e interesses legítimos, disse um porta-voz do ministério, em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 18, segundo a emissora estatal chinesa CCTV.
* Com informações da CNBC e do Estadão Conteúdo.
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Fonte: Seu Dinheiro