PETR4, PRIO3, BRAV3 ou RECV3? Analista recomenda duas petroleiras que podem ‘se virar bem’ mesmo com o petróleo em baixa
Desde o anúncio do “tarifaço” de Donald Trump, no dia 2 de abril, o petróleo foi uma das commodities mais afetadas. O Brent, que serve como referência para o mercado global, despencou 12,1% no período, saindo de US$ 74,95 para US$ 65,85 por barril no fechamento da última quarta-feira (16).
Como era esperado, a variação negativa da commodity afetou os papéis das companhias petrolíferas negociadas na bolsa brasileira. Veja a seguir o desempenho das principais empresas do setor na B3 entre os dias 2 e 16 de abril:
- Brava Energia (BRAV3): -20,1%
- PetroRecôncavo (RECV3): -16,7%
- Petrobras (PETR4): -16,6%
- Prio (PRIO3): -15,6%
A analista da Empiricus, Larissa Quaresma, explica que o petróleo é a commodity mais suscetível às questões do comércio internacional. Além do “tarifaço”, ele tem sofrido também com a escalada de produção da Opep+.
“Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando a Opep adiou esses aumentos na produção, neste ano eles estão sendo executados. Temos uma questão de oferta crescendo enquanto a demanda global tem uma possibilidade grande de desaceleração”, disse a analista.
Apesar dos ventos jogando contra, Quaresma diz não acreditar em uma queda muito maior dos preços em relação ao patamar atual. O preço do Brent, inclusive, valorizou nos últimos pregões, embora ainda esteja longe do patamar anterior ao “tarifaço”.
Na mesma linha, o analista da Empiricus, Ruy Hungria, considera que o petróleo não deverá permanecer por muito tempo abaixo do ponto de equilíbrio (breakeven) dos produtores marginais.
“À medida que os preços caem abaixo dos custos e despesas, os produtores precisam diminuir capacidade ou mesmo encerrar operações para parar de queimar caixa. Segundo a Rystad Energy, uma das maiores consultorias de Óleo e Gás do mundo, o petróleo perto de US$ 60 deixa muito produtor médio nos Estados Unidos e em várias partes do mundo no negativo, e isso deveria começar a forçar uma redução de capacidade e, consequentemente, da pressão sobre as cotações”, disse.
Ainda assim, em meio à incerteza do cenário, os investidores podem se questionar se ainda vale a pena investir em ações do setor e, se sim, em quais.
PRIO3 e PETR4 são as ações preferidas de analista em meio ao cenário de baixa do petróleo
De acordo com a analista Larissa Quaresma, a Petrobras e a Prio, por possuírem o menor custo de produção entre as petroleiras brasileiras, estão mais “protegidas” contra possíveis novas quedas no preço do petróleo.
“As duas continuam gerando muito caixa mesmo com o petróleo na casa dos US$ 60 por barril”, afirmou.
A Empiricus Research possui recomendação de compra tanto para a Prio quanto para Petrobras. No entanto, o objetivo de investimento em cada uma das companhias é diferente, afirma a analista.
PRIO3: gatilhos no horizonte e potencial de valorização
“Recomendamos Prio para os investidores interessados em ganho de capital. A companhia tem o gatilho favorável do licenciamento de produção de Wahoo, um novo campo que quando a companhia começar a operar, deve alcançar uma produção de 35 mil barris por dia”, disse Larissa Quaresma.
Segundo ela, este é um catalisador de curto e médio prazo, uma vez que a Prio ainda aguarda as licenças para dar início às operações de extração no campo. “Apesar dos atrasos, enxergamos isso acontecendo em breve”.
PETR4: dividendos e mais segurança em relação ao patamar do petróleo
Por outro lado, a analista considera a Petrobras como uma opção de “maior proteção” para os investidores em relação a eventuais novas reduções no preço do petróleo. Por essa razão, no curto prazo, pode representar uma alternativa atrativa para os investidores.
“É um nome de short duration para o investidor mais interessado em dividendos do que ganho de capital. As ações da empresa têm menos volatilidade em relação à Prio, por ser uma large cap da bolsa brasileira e, por isso, acaba recebendo muito capital estrangeiro também, o que neste momento pode ser interessante”, disse.
Nesse sentido, mesmo que outras ações do setor possuam maiores perspectivas de crescimento, a Petrobras possibilita que os investidores recebam um fluxo de dividendos mesmo com o preço do petróleo mais baixo.
Sobre os riscos políticos associados à tese, como um possível aumento nos investimentos em fontes de energia renovável (que são menos lucrativas para a companhia), a analista afirma que isso tem permanecido “muito no discurso”.
“Apesar do capex acima do guidance no ano passado, não vimos esse fluxo de dividendos da Petrobras impactado e não esperamos que o seja nos próximos 12 meses”, disse.
Em relação aos preços do petróleo, a estatal possui um ponto de equilíbrio (breakeven) ligeiramente abaixo de US$ 50 por barril, segundo o analista Ruy Hungria.
“Enquanto muitos produtores já estão com o nariz debaixo d’água com o barril nos US$ 60, a Petrobras ainda consegue gerar algo em torno de US$ 6 bilhões de caixa livre, o que mostra que a companhia possui fôlego para sobreviver neste período de vacas magras, à espera de um reequilíbrio do mercado de óleo e gás”.
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Todos os meses, o analista Ruy Hungria, da Empiricus, garimpa a bolsa à procura das cinco melhores ações para buscar dividendos da bolsa brasileira.
A carteira de dividendos do analista apresentou valorização de 14,7% em 2025 até o fechamento de março, enquanto o Ibovespa subiu 8,3% no período.
A premissa é buscar ações de companhias maduras inseridas em grandes mercados, de qualidade, com vantagens competitivas e boa margem de segurança para os investidores.
“O objetivo é encontrar empresas que possuem capacidade de geração de caixa livre comprovada, permitindo a distribuição de proventos de forma sustentável ao longo do tempo, para que os acionistas possam se beneficiar do fenômeno dos juros compostos, potencializando o retorno total”, disse o analista.
A Petrobras (PETR4) foi uma das escolhas do analista para o mês. Contudo, existem outros quatro papéis selecionados que compõem a carteira ideal para os investidores com foco na busca por proventos.
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Fonte: Seu Dinheiro